O Dia Internacional da Mulher é marcado pelas manifestações femininas na luta pelos seus direitos. Quase um século já se passou desde que um grupo de tecelãs russas entrou em greve em busca de melhores condições de vida e trabalho, no dia 8 de março de 1917.

De lá pra cá, muita coisa já mudou. As mulheres passaram a ocupar cada vez mais posições de chefia, liderança e tomam frente dos negócios da família. Tudo isso se deve não só às mudanças pelas quais a sociedade vem passando, mas também à postura feminina, que apresenta características comportamentais como maior habilidade para interações, comunicação e negociação, boa capacidade para ouvir, para delegar, além de serem mais amáveis e terem uma percepção mais abrangente do ambiente e das relações humanas. Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, gerenciar uma equipe que tenha homens não é, necessariamente, tarefa mais difícil. Conversamos com a Diretora da Marasca e Presidente da Fundação Fabrício Marasca, Isolde Marasca, com as gerentes das Unidades Claudia Soares Rother, de Fortaleza dos Valos e Eliane Altamayer Geller de Selbach e com a produtora rural Lourdes Maria Rossetto, Líder do Movimento dos Assentados da Fazenda Seival em Cruz Alta. Confira o que cada qual fala do papel que desenvolve e dos desafios que encontram diariamente em seu meio de atuação.

Isolde Marasca- Diretora da empresa e Presidente da Fundação Fabrício Marasca
A sensibilidade que carrega como escudo, fez com que toda essa caminhada de 21 anos desse certo. Sua função? Além de mãe, esposa e dona de casa, era ela, com seu jeitinho prático e sutil, que atuava também no setor financeiro, na emissão e troca de notas, carregamento, enfim, realizou todas as atividades que exigiam dedicação e sabedoria, que tanto podem ser desempenhadas por homens, quanto por mulheres.

“Sempre caminhei ao lado do Vitor com persistência, ajudando não só como esposa com palavras de incentivo, mas como mulher, como pessoa que acreditava no desenvolvimento de nossa empresa, atuando em todos os setores, desde o seu princípio”, afirmou ela. Nunca parou, sua paixão pela leitura e pela busca do conhecimento a fez buscar sempre mais e mais, e este destaque, este senso de organização adquirido na condução de suas atividades, passou a ser explorado quando tomou mais uma decisão importante, ingressar na Universidade, e tornar-se Psicóloga e mais tarde especializando-se em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas.

Sempre determinada e persistente, luta com dinamismo, sem perder a sensibilidade de mulher que sabe o que quer. A sua sensibilidade e bravura de mulher, ao lado de Vitor Bento e Junior, em dirigir os negócios da família, a faz buscar sempre alternativas de expandir seu conhecimento e dar melhor suporte de vida a todos os colaboradores e também a todas as mulheres clientes, através de encontros com temas criativos e inovadores, com dinâmicas atrativas e empreendedoras, é a prova concreta de que toda mulher pode cada vez mais conquistar espaço na sociedade e realizar-se no meio em que atua.

Claudia Moi Soares Rother- Gerente de Fortaleza dos Valos e Gestora de Sementes
“Apaixonei-me pelo agronegócio quando, ainda muito jovem, iniciei minha vida profissional”, declarou a gerente. “Tenho uma afirmativa que diz que gostar do que faz e ter persistência é o que norteia o desenvolvimento de qualquer ser humano, independente de definições, seja mulher ou homem. Mas com firmeza e competência, as mulheres estão conquistando um lugar importante no mercado de trabalho”, salientou ela. Sendo assim, Claudia acredita que seu principal desafio enquanto profissional é sair de casa todos os dias disposta a dar o melhor de si e gerar resultados ao seu trabalho. “Por isso, encaro cada desafio como uma grande oportunidade de ser uma pessoa melhor e fazer a diferença no meio onde estou inserida”, afirma. Algo que fortalece Claudia é o apoio da família. “Importante lembrar que contar com o apoio incondicional de minha família tem sido fator indispensável, é isso que me proporciona segurança para alçar novos vôos”, finalizou ela.

Eliane Altmayer Geller – gerente da Unidade de Selbach e responsável pela Unidade de Resfriamento de Leite
“Tenho imenso orgulho e satisfação de ser mais uma mulher a assumir um cargo importante. Função esta que representa para minha carreira maior responsabilidade, imenso desafio e ao mesmo tempo uma grande conquista”, definiu a gerente.

Assim como Eliane, várias mulheres, estão conquistando o mercado de trabalho, assumindo posições sociais e profissionais cada vez mais rebuscadas. Conquistas estas que se dão pela competência, credibilidade, perfeccionismo, coragem e objetividade que as mesmas possuem.

“O mais interessante é que essas mulheres além de ótimas e competentes profissionais, não deixam de lado o seu convívio familiar, materno e amoroso. Mesmo tendo meu dia-a-dia agitado e super agendado, sempre tiro meu tempinho para fazer as tarefas de casa, acompanhar a educação das minhas filhas e fazer um agrado ao companheiro e demais familiares”, declara ela.

É por estas situações que Eliane acha de suma importância a vida profissional e pessoal andarem sempre lado a lado. “Uma vez que os sacrifícios também resultam em recompensas, pois apesar das cobranças familiares, sentem orgulho por termos uma profissão digna e sermos bem quistos”, conclui a gerente. Por essas e outras vitórias que a cada dia ela agradece, a educação e dignidade que recebeu de seus pais Pedro Altmayer e Maria Altmayer e será sempre grata a paciência e afago que recebe das filhas Kaiany e Kemily Geller e do esposo Rogerio Germano Geller, ao retornar dos treinamentos, reuniões e rotinas de trabalho.

Lourdes Maria Rossetto- produtora e líder do Movimento de Assentados da Fazenda Seival
A ligação com o meio rural não é de hoje, é de tempos e de família. Desde cedo Lourdes ajudou o esposo (já falecido) com os trabalhos na lavoura e há 7 anos e meio ela continua plantando e cuidando dos negócios. Além da dedicação e o empenho em cuidar do que é seu, Lourdes contribui com a comunidade onde mora, sempre a frente organizando eventos principalmente para as mulheres na Fazenda Seival, do Movimento de Mulheres Camponesas desde 1990 quando lutou em prol da aposentadoria das mulheres da roça. A produtora lembra emocionada dos momentos que marcaram sua vida. “Nunca esqueço de como tudo começou. Primeiro, o meu esposo Élio se dedicou e lutou pela terra para todo o grupo, junto de outras lideranças. E o segundo momento eu participei da luta das mulheres e ele cuidou da nossa propriedade”, relato Lourdes. Por 13 anos a produtora realizou junto com o esposo feira de produtos coloniais em Cruz Alta e isso era muito gratificante. “Poder ter o contato com o pessoal da cidade, fazer parceria, poder oferecer o que de bom temos… é algo muito bom, sempre tivemos aceitação positiva e além de tudo criasse amizades, isso é muito positivo” declarou a produtora. Lourdes acredita que o principal fator que fez com que ela tivesse essa sequência, foi o diálogo, a parceria com seu esposo. “Sempre tive facilidade, mas devo isso a ele, sempre fomos muito parceiros, crescemos juntos, trocamos idéias e ele sempre me apoiou nas lutas que realizei. Considero-me uma vencedora, vivo cada dia e cada dia é uma conquista”, afirmou. “A missão continua, sempre busco fazer o melhor não só por mim, por todos, principalmente pelas mulheres. A luta das mulheres deve continuar diariamente para que assim, consigam conquistar mais espaços na sociedade. Mas afirmo que o principal de tudo, é ter diálogo, pois ele nos dá as possibilidades de trocamos informações e crescermos. Tudo deve seguir na base do diálogo. O dia 08 de março serve para comemorarmos as conquistas e para pensarmos no que gostaríamos de melhorar na sociedade como mulher”, finalizou.

Seja qual for a situação, a melhor forma de agir é mesclando características femininas e masculinas. Agir com delicadeza, mas manter o foco em resultados pragmáticos, eis as regras para as mulheres terem maior sucesso em tudo que planejarem.

(Assessoria de Imprensa – Marasca Cereais)