Em Passo Fundo, o grupo de crianças teve a menor cobertura vacinal, com 64,19% do total imunizado
A Secretaria Estadual da Saúde (SES) orientou, no início da semana, para que as doses remanescentes da campanha gaúcha de vacinação contra o vírus da gripe fossem aplicadas no público geral, independente de faixas etária. A medida foi tomada após o encerramento da primeira fase da ação, que imunizou de 3,1 milhões de pessoas do grupo prioritário em todo Estado, o que representa uma cobertura de 82,2%. Conforme a SES, são 3,6 milhões de gaúchos que fazem parte do público-alvo da campanha, pois integram grupos de pessoas que têm mais chances de desenvolver quadros graves de gripe Influenza.
Em Passo Fundo, foram imunizadas 43.436 pessoas dos grupos prioritários, o que corresponde a 88,30% do total coberto pela campanha, segundo o levantamento do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. O resultado é superior ao registrado em 2017, quando 86% do total de pessoas foram vacinadas contra o vírus da influenza, mas ainda é inferior à meta da campanha, que era de imunizar pelo menos 90% das pessoas com 60 anos ou mais de idade; crianças na faixa etária de 6 meses a menores de 5 anos de idade; gestantes; puérperas (mulheres até 45 dias após o parto); trabalhadores da saúde; professores das escolas públicas e privadas; povos indígenas; grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas; a população privada de liberdade e os funcionários do sistema prisional.
Crianças longe da meta, indígenas e idosos muito acima
Em todo Estado, a menor cobertura está no grupo de crianças menores de 5 anos de idade. Das quase 600 mil que fazem parte desta faixa etária no RS, apenas 61,9% foram vacinadas. Em Passo Fundo, o grupo de crianças também teve a menor cobertura, com 64,19% do total imunizado, e no grupo de gestantes também houve uma procura menor, totalizando 68% do número integral de pessoas atendidas pela campanha. “É comum as crianças pegarem viroses, e as mães terem receio de vacinar os filhos. O importante é a criança não estar com febre para receber a vacina, pois o quadro febril contraindica a aplicação”, explica Tani Ranieri, chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs). “Salientamos que as crianças até 9 anos representam 50% dos casos confirmados de síndrome respiratória aguda grave por Influenza”, completa.
Dois grupos tiveram resultado expressivo no município, que chamam atenção pelos números acima do esperado: os idosos registraram cobertura de 104,55% do total, e o grupo de povos indígenas ultrapassou três vezes essa marca, resultando em 358,82% de cobertura. Para a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Raquel Carneiro, esses grupos aumentaram em compasso com o crescimento populacional do município. “O que acontece é que muita gente entrou no município, e o número de idosos também aumentou o, e a gente estava com uma estimativa do IBGE”, relata Carneiro. A coordenadora do núcleo também recorda que, embora alguns resultados estejam abaixo da meta, a campanha continua e ainda há doses disponíveis nos postos de vacinação. “O pessoal ainda pode procurar a unidade de saúde e se vacinar, e é bom que continue vindo pessoas dos grupos prioritários, e as demais pessoas também já podem nos procurar”, conclui.
Diário da Manhã
