Na quinta-feira, dia 14, o agro corretor, consultor, palestrante Antonio Sartori esteve na Cotriel. Ele foi recebido pelo presidente da Cooperativa, Leocezar Nicolini e o vice-presidente e assessor comercial, Paulo Edemilson Parizotto, quando conversou acerca dos cenários que envolvem o mercado da soja nos últimos dias.

Sartori que já organizou diversas viagens de estudos e palestras em vários países disse que as cotações negativas na Bolsa de Chicago nas últimas semanas tem a ver com o bom desenvolvimento das lavouras americanas e à ameaça do presidente Trump de sobretaxar o aço e o alumínio importados da China, que em resposta também aumentaria taxas para importar soja dos Estados Unidos, provocando muita apreensão no mercado: “Os americanos não irão retaliar os chineses, pois das 97 milhões de toneladas de soja compradas por eles no ano passado, 56 milhões foram do Brasil e 36 milhões foram deles, ou seja, um precisa do outro, uma vez que os chineses não tem fronteira agrícola e os americanos dependem e muito do que exportam para lá. Com essa briga entre os grandes, o mercado acaba ficando com muita incerteza na iminência de China comprar menos soja dos Estados Unidos, causando sucessivas vendas de soja em Chicago”, afirmou.

O consultor disse ainda que no Brasil o cenário pós greve dos caminhoneiros também tem impactado nos preços: “Respeito a classe, mas sem uma liderança este movimento foi mal conduzido pelos caminhoneiros, com negociações também pessimamente conduzidas pelo Governo Federal, que ao final assinou um acordo impossível de cumprir, pois mesmo com o apoio de produtores e sindicatos, que não mediram as consequências disso, o preço da soja no Porto de Rio Grande não mudou, mudando o valor do frete, e consequentemente, derrubando o preço para o produtor. Se essa tabela de frete não for revogada ou ajustada, quem vai sofrer é o agricultor, pois tendo um preço de frete maior da cooperativa para o porto, sobra menos para ele, ao mesmo tempo que o Governo sem credibilidade tenta conter a desvalorização do Real baixando o valor do Dólar, usando bilhões de reais das reservas cambiais, ou seja, tudo com consequências catastróficas para o produtor, que foi o maior prejudicado”, disse.
Sartori disse que a decisão das Cooperativas do Estado em mudar o prazo de pagamento das faturas de soja tem a ver com uma mudança no próprio mercado: “Até o ano passado, as vendas de soja eram pagas em até 72 horas. Mas isso causou problemas e nos últimos oito anos 30 empresas, compradores e cooperativas, passaram por situações dramáticas ou até desapareceram, causando uma insegurança grande aos compradores que pagavam na frente, uma vez que agora eles primeiro irão receber para depois pagar. Só que tem algo que precisa ficar bem claro: não interessa o tamanho da cooperativa, indústria e comerciante, pois qualquer empresa ao redor do mundo tem limite e como a comercialização e a logística trancaram, uma vez que das 4 milhões de toneladas de soja comercializadas em abril, apenas 1,5 milhão foram embarcadas em Rio Grande, os compradores do exterior só estão comprando se tiverem garantia de receber, com negócios sendo feitos com pagamentos variando de 30, 60 e até 90 dias, ou seja, pagamento após a retirada do produto em agosto ou setembro. Então, são todas as indústrias, multinacionais, cooperativas, estão sofrendo as consequências de quem não teve boa gestão, com a prática do primeiro entrega e depois eu pago”.

Por fim, Sartori elogiou a gestão da Cotriel: “O primeiro ponto de partida é a segurança e é fundamental que a soja esteja bem guardada e armazenada, com um preço justo de mercado quando o produtor quiser. A Cooperativa de Espumoso tem uma imagem muito boa no Estado, uma vez que a atual gestão do presidente Nicolini e o vice Paulo e toda a diretoria é muito profissional, colocando o nome da Cotriel na primeiríssima linha e entre as 10 melhores do Rio Grande do Sul”, afirmou.

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