Tornado chega a 87 km/h na região

Postado em 13 junho 2018 08:21 por JEAcontece
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“Os tornados não são eventos tão raros, principalmente no outono e na primavera no Sul do Brasil”, aponta agrometeorologista

O temporal que assustou e devastou diversas propriedades na região de Passo Fundo foi caracterizado como diversos tornados que se formaram em pontos específicos com ventos de até 87 km/h. As estações de transição como outono e primavera são épocas mais propícias a ocorrência desse tipo de eventos, em razão dos grandes contrastes nas massas de ar.

De acordo com o agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha, os eventos que ocorreram entre a noite de segunda-feira até a manhã de terça-feira no município e região são característicos das chamadas de estações de transições. “Nessa época do ano se acentuam os grandes contrastes nas massas de ar em termos de temperatura e umidade entre as que estão nos continentes e aquelas que se deslocam. Esse encontro dessas massas de ar com propriedades físicas acabam sendo responsáveis por esses temporais”, explica ele.

Durante a noite (11) e a manhã (12), segundo Gilberto, foram registrados ventos que superaram os 80 quilômetros por hora e mais de 80 milímetros de chuva, sendo em muitos lugares os desastres serem semelhantes a eventos considerados bastante severos. “Havia alerta do Instituto Nacional de Meteorologia das condições atmosféricas do Sul do Brasil que os sistemas que estavam atuando e eram propícios a tempestades. Ocasionando formação de nuvens de grande desenvolvimento vertical ultrapassando 10 quilômetros de altura com formação de granizo e ventos fortes. Infelizmente algumas áreas foram mais atingidas que outras”, aponta.

Gilberto explica que pelo tipo de danos registrados na região, o evento foi considerado como “vários tornados”. “Para compreender o tornado é um evento que ocorre de forma localizada com ventos muito fortes e com tempo de duração curto (de alguns minutos) e altamente destrutivo. O fenômeno acontece e termina sobre o continente, diferente do furacão, que se forma sobre o oceano com águas quentes com vários quilômetros de atuação e fica por vários dias se extinguindo quando chega ao continente. Os tornados não são eventos tão raros, principalmente no outono e na primavera no Sul do Brasil”, difere o agrometeorologista da Embrapa Trigo.

Outro ponto
Já a empresa privada de Meteorologia do Sul do Brasil (MetSul) em sua página no Facebook descreveu o fenômeno como tempestade violenta. “Vários fatores entraram em cena para a severidade dos eventos meteorológicos: a presença de ar muito quente e úmido com altas taxas de instabilidade atmosférica, o ingresso de uma frente fria, a pressão atmosférica baixíssima e o padrão divergente de vento associado a uma potente corrente de jatos de baixos níveis da atmosfera que favoreceu os tornados”, informou.

Ainda, a MetSul aponta que vários tornados teriam se formado entre a província argentina de Misiones e o Norte do Rio Grande do Sul na última noite (12) com destruição em vários municípios. “No Rio Grande do Sul, o pior ocorreu entre os municípios de Coxilha e Tapejara com colapso total de estruturas e caminhões tombados na estrada pelo vento. Um caminhão chegou a ser arremessado a dezenas de metros da rodovia e foi parar virado e parcialmente destruído no meio de uma lavoura”, escreveu a empresa apontando que o tornado de Coxilha-Tapejara foi significativo (F3 ou mais na escala Fujita* que vai até 5). “A literatura técnica descreve o arremesso de veículos pesados a dezenas de metros na classificação de tornados F4 com vento acima de 300 km/h. Além de devastador, o tornado de Coxilha e Tapejara foi de grande tamanho. O diâmetro do corredor/rastro de danos tem centenas de metros”.

* A escala Fujita mede a intensidade dos tornados.

Semana tem previsão de mais frio e chuva
Com as temperaturas oscilando, o restante da semana promete ser ainda mais fria. Conforme comentou o observador meteorológico da Embrapa Trigo, Ivegndonei Sampaio, a quarta-feira (13) terá a entrada do ar frio de origem polar em Passo Fundo, com mínimas de 4º C e máxima de 11º C. “Na quinta-feira, o frio começa logo pela manhã, e aumenta um pouco a nebulosidade, com possibilidade de chuva à tarde. Na sexta-feira (15), logo pela manhã a previsão é de 6º C, com possibilidades de chuva e formação de nevoeiro ao longo do dia, a máxima é de 12º C, com um ligeiro declínio novamente à noite, devido à entrada de uma massa de ar de origem polar”, relatou Ivegdonei.

O fim de semana promete ficar ainda mais frio, seco e com formação de geadas. As temperaturas vão ficar entre 3ºC e 13ºC.

Diário da Manhã

Postado em 13 junho 2018 08:21 por JEAcontece
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