2012 foi um ano perdido para a economia, diz especialista

Postado em 06 abril 2013 07:44 por JEAcontece
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O ano de 2012 foi de decepções no campo econômico. No Brasil, o aumento da inflação não foi controlado, e a economia cresceu aquém do esperado. Na Europa, a situação da dívida internacional não melhorou ao longo do último ano. Na China, apesar da instalação de um novo corpo governamental, caiu o ritmo do crescimento econômico. Nem as eleições presidenciais dos Estados Unidos tiraram o país da crise. Ao que tudo indica, o último ano foi de estagnação da economia mundial.

Para o Brasil foi um ano perdido, segundo Adriano Gomes, professor de finanças do curso de Administração da ESPM. “Infelizmente, tivemos debates muito abaixo da média, sem resolução dos pontos vitais dos problemas econômicos. Muitas empresas estão entrando com pedidos de recuperação judicial, a lucratividade baixou, o crédito está complicado, há mais empresas na área de restrição do que na de renovação de crédito”, afirma. E embora 2013 tenha começado com lampejos de recuperação, principalmente por conta do agrobusiness, a economia brasileira ainda está em crise. “Temos mais problemas dentro de casa do que da porta para fora”, comenta Gomes. Para o professor, se o País continuar lidando com as decisões econômicas de forma populista, corre o risco de cair na cilada da recessão econômica.

Reforma do Estado
Na visão do professor da ESPM, a maior decepção do âmbito econômico em 2012 foi a reforma do Estado brasileiro, que inclui a reforma administrativa, do judiciário, tributária, política, trabalhista e previdenciária, do aparato logístico e da política de investimento. “Essas reformas são necessárias porque a legislação não se comunica mais com a modernidade”, critica. Ele destaca a reforma tributária, do aparato logístico e, principalmente, das políticas de investimento. “As ações do governo, como isenção de IOF para compra de máquinas e equipamentos e a prorrogação do IPI, são pontuais e desconexas, sem fundamento econômico e lógico”, afirma.

Combate à inflação
O combate à inflação pelo governo brasileiro foi outra das maiores decepções da economia, de acordo com Adriano Gomes. “Foi uma irresponsabilidade deixar o combate à inflação de lado, com uma política de redução de juros que agora está dando a sua resposta”, opina. Para ele, com o aumento exagerado do consumo das famílias devido ao crédito barato, aliado às ações desconexas do governo, o resultado não poderia ser outro que não o aumento da inflação.

Política de produção
Segundo Gomes, é preciso entender como decepção na economia a falta deste tema na agenda do governo no último ano. “A questão da geração da energia é importantíssima. Nada vai funcionar lá na frente sem energia suficiente”, comenta. Além dos investimentos na área, a escolha dos setores não pode ser arbitrária. “Tem que ter uma política sólida, que abranja todos os setores da economia de forma peculiar, em um grande plano de produção, não como está sendo feito, como um tiro no escuro”, garante o professor.

Preparação da mão de obra para o futuro
Outro problema que o Brasil teve em 2012, de acordo com o professor da ESPM, foi não pensar estrategicamente na formação do chamado egresso. “É necessário preparar a mão de obra para o futuro de maneira estratégica, pensando em quais serão as indústrias do futuro. Não estamos preparando o futuro da economia. Não há formação de quadros suficientes e de qualidade”, explica. Para Gomes, isso vai provocar uma falta de mão de obra em um futuro próximo, que vai acabar prejudicando a economia do País.

Crise externa
Por último, Adriano Gomes cita a crise econômica externa como uma das decepções da economia em 2012, destacando a China, a Europa e os Estados Unidos, que já apresentam números de recuperação econômica em alguns setores pontuais. “A China teve um crescimento abaixo do esperado, mas dentro da nova normalidade da economia chinesa. Criticamos que a China cresceu 7,8% na economia enquanto crescemos 0,9%”, compara. Sobre a situação da crise europeia, que se manteve na mesma durante o ano inteiro, o professor acredita que não mudará se nenhuma medida for tomada. “Não há uma solução efetiva e eficiente do problema europeu, exceto se houver estabelecimento desse grande acordo de comércio bilateral com o bloco americano. Não há outra solução que não a abertura comercial”, reflete. Para Gomes, a crise externa influenciou o Brasil, mas a solução não deve ser protecionista. “O Brasil é um País muito fechado, não tem expressão no comércio exterior mundial, não tem facilidade alguma. Quanto mais se abre a economia, mais forte ela fica. E não é fazendo o oposto que vamos evitar a recessão”, completa.

Terra

Postado em 06 abril 2013 07:44 por JEAcontece
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