IBIRUBÁ – Saiba mais sobre a febre amarela

Postado em 24 janeiro 2018 09:03 por JEAcontece
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A Febre Amarela é uma doença febril viral, transmitida por um vetor que é um mosquito. A população de Ibirubá pode ficar tranquila, pois não há epidemia ou casos da doença no Rio Grande do Sul. Entretanto, devido à grande circulação de pessoas (que vem e vão) há necessidade de quanto mais imunes, menos chance de a doença se instalar e ocorrerem surtos.

Na manhã do dia 17/01, a reportagem do Cidade Viva conversou com a enfermeira Joice Marques, da Secretaria Municipal de Saúde de Ibirubá e transcreve os trechos da entrevista com as informações básicas sobre a doença Febre Amarela.

Cidade Viva: O que é a Febre Amarela?
Enfermeira Joice: A Febre Amarela é uma doença aguda febril, viral, transmitida por um vetor que é o mosquito. São dois tipos de incidência, a Silvestre e a Urbana. A que está acontecendo hoje na região Sudeste do país (São Paulo e Minas Gerais) é a Silvestre. O que difere uma da outra é a espécie dos mosquitos transmissores da doença, Aedes aegypti (Urbana) e do gênero Haemagogus (Silvestre). A do tipo Urbana está erradicada há muitos anos e deve se manter erradicada. Já a Silvestre tem de se controlar os vetores transmissores. É denominada de Amarela, porque ocorre a icterícia, na maioria dos casos, o “amarelão”, quando a pessoa e os olhos ficam amarelados.

Cidade Viva: Como se dá a transmissão?
Enfermeira Joice: O processo de contaminação da Febre Amarela se dá após um mosquito fêmea picar o macaco doente, hospedeiro do vírus da doença, contrair o vírus e depois picar uma pessoa. De pessoa para pessoa, sem a picada do mosquito, a doença não é transmitida.

Cidade Viva: Como a população pode se prevenir?
Enfermeira Joice: A prevenção é a vacina, disponível nas Salas de Vacinas do nosso município. A vacina é a forma mais eficaz de controle da doença.

Cidade Viva: Para quem é destinada a vacina? Qual o público?
Enfermeira Joice: Depois de um surto de Febre Amarela ocorrido em 2009, a vacina faz parte do calendário básico de imunizações para pessoas entre a faixa etária dos 9 meses aos 59 anos. Se a pessoa não recebeu nenhuma dose em qualquer época da vida, deve tomar a vacina. Quem é vacinado, não contrai a doença.

Cidade Viva: Tem alguma contraindicação?
Enfermeira Joice: Pessoas a partir de 60 anos, gestantes e imunossuprimidas (baixa imunidade) necessitam de avaliação médica quanto a tomar ou não a vacina. Como é uma vacina viral, às vezes, é necessário esperar um pouco para fazê-la.

Cidade Viva: Em Ibirubá ou no RS, já tem algum caso de Febre Amarela?
Enfermeira Joice: Até o momento, não temos nenhum caso registrado confirmado ou sob suspeita tanto em Ibirubá quanto no estado. Mas devemos ficar alerta e monitorar casos suspeitos, bem como, monitorar a morte de bugios.

Cidade Viva: A doença pode se manifestar mais de uma vez, assim como a Dengue?
Enfermeira Joice: A Febre Amarela só se manifesta uma vez. Bem diferente da Dengue que tem incidências diferentes. Os sintomas são parecidos e também é um vetor (mosquito) que transmite. Porém, a Febre Amarela tem a vantagem de ter a imunização através da vacina.

Cidade Viva: Altas temperaturas interferem na doença?
Enfermeira Joice: Sim, na população de mosquitos. Por isto, ela ocorre mais no verão pelo ambiente estar mais propenso à reprodução do mosquito.

Cidade Viva: Qual é o nível de gravidade da doença?
Enfermeira Joice: Os dados epidemiológicos mostram que o índice de mortalidade fica em torno de 50%. A doença vai de nível leve, passando os sintomas despercebidos, até grave, gravíssimo, sendo fatal.

Cidade Viva: Quais são os sintomas da doença?
Enfermeira Joice: As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. Os infectados que se recuperam bem adquirem imunização permanente contra a febre Amarela.

Cidade Viva: Se a pessoa apresenta os sintomas, qual o encaminhamento?
Enfermeira Joice: O médico, suspeitando de Febre Amarela, irá tratar inicialmente os sintomas. O Ministério da Saúde recomenda seguir um protocolo para a realização de exame, pois tem um período que deve ser aguardado. E tudo depende da sintomatologia do paciente, como está o quadro epidemiológico no município, se a pessoa viajou para alguma área endêmica. Até vir o diagnóstico do exame laboratorial (que demora um pouco), deve se tratar os sintomas com repouso, hidratação e hospitalização – se necessários, para prevenir complicações.

Cidade Viva: Como funciona a aplicação da vacina?
Enfermeira Joice: Nós recebemos frascos de 10 doses padrão. Ao ser aberto, o frasco tem seis horas de duração. Para se evitar desperdícios de doses, concentramos o horário de vacina num único dia por cada Unidade de Saúde. Preferencialmente, orientamos às pessoas a procurarem as Salas de Vacinas pela manhã, para que todo o frasco seja aproveitado. A dose que estamos aplicando é integral (padrão). Ela nos dará uma imunidade para toda vida. Diferente da dose fracionada, que está sendo ministrada em São Paulo, que tem uma durabilidade de apenas oito anos.

Cidade Viva: Quais são os horários de funcionamento das Salas de Vacina para a Febre Amarela?
Enfermeira Joice: Reforço que, para evitar desperdícios das doses, as pessoas devem procurar as Salas de Vacinas, pela parte da manhã, de acordo com o seu o seu domicílio, nas segundas-feiras, na ESF do bairro Hermany; nas quartas-feiras, na ESF do bairro Floresta; nas quintas-feiras, na ESF do bairro Jardim; e nas sextas-feiras, no Posto de Atendimento Médico do Centro.

Cidade Viva: Após tomar a vacina, quando começa a fazer efeito?
Enfermeira Joice: O organismo leva 10 dias para criar a imunidade. Por exemplo, se a pessoa vai viajar para uma área com altos índices de incidência da doença, como São Paulo, deve tomar a vacina com antecedência de 10 dias.

Cidade Viva: A vacina tem efeito colateral?
Enfermeira Joice: Igualmente às outras vacinas, situações adversas e transitórias de, no máximo, 48 horas, como dor no local, mas vai passar. Será muito menos do que os efeitos da doença.

Cidade Viva: Depois de picada por um mosquito contaminado, em quanto tempo os sintomas podem aparecer?
Enfermeira Joice: De três a seis dias para aparecerem. Mas, se eu fui picada por um mosquito infectado e um mosquito saudável me picar, mesmo antes de os sintomas se manifestarem, o vírus já foi transmitido para o mosquito saudável. O ciclo da doença gira em torno de 10 a 12 dias.

Cidade Viva: Para a população ibirubense, qual a recomendação?
Enfermeira Joice: A primeira orientação é verificar qual a sua situação vacinal. Se tem registro de uma dose feita, a pessoa está protegida. Se não tem, ou está em dúvida se foi feita, procure uma Sala de Vacina para fazer a imunização. Com isto, evitaremos que a doença chegue até o município. As doenças transitam muito com o vai e vem das pessoas. Podemos não ter um mosquito ou um macaco infectados, mas podem vir. Se a comunidade está vacinada, a chance de a doença se instalar é quase nula.

Cidade Viva: Que outros cuidados a população deve ter?
Enfermeira Joice: Fazer o controle dos mosquitos, os mesmos que devemos ter em relação à Dengue, evitando água parada; usar repelente quando for às áreas de mata. Mas, em primeiro lugar, ainda é a imunização através da vacina.

Magda Pimentel – Assessoria de Imprensa Prefeitura de Ibirubá

Postado em 24 janeiro 2018 09:03 por JEAcontece
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