Espectadores encaminharam-se para a praça e procuraram por um local com boa visibilidade dos palcos, a fim observar com clareza tudo que seria apresentado neles. Dançarinos alongaram-se e recordaram cada um dos passos das coreografias, comprometidos em executá-las com perfeição. Atores caracterizaram-se conforme os seus personagens e concentraram-se, para representá-los convincentemente. Cantores aqueceram as vozes e revisaram a letra dos seus solos, com o objetivo de entoá-los impecavelmente. Coralistas vestiram túnicas coloridas e revisaram o repertório, para cantá-lo com segurança.
Neste sábado (18), tais ações – transformadas, desde 2007, em rituais que antecedem o Natal – foram repetidas por mais de quinhentos artistas e milhares de espectadores, anunciando que, quando a escuridão tomasse conta do céu, as janelas do Colégio Notre Dame seriam abertas, dando início a mais uma apresentação da Cantata Natalina.
A partir do momento em que delas, além da arquibancada e dos palcos instalados à frente do educandário, ressoaram os primeiros acordes de “Vem Cantar a Alegria de viver”, a multidão teve seus olhares e sentimentos conduzidos à contemplação do amor e do cuidado dedicados ao filho de Deus por Maria.
Afinal, a 11ª edição do espetáculo evangelizador é inspirada na ternura – um dos sentimentos que, segundo o Papa Francisco, mais caracterizam sua maternidade. “Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura. Sempre que olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afeto”, afirmou o pontífice.
As lições daquela que trouxe ao mundo a divindade, exemplificou o espetáculo iniciado às 21h, foram demonstradas por meio da abnegação e da nobreza em aceitar a missão incumbida ao filho de ser o redentor da humanidade, em ampará-lo em seu sofrimento a caminho da cruz, em orientá-lo a reiterar sua crença no Pai e em encorajá-lo a transmitir seus ensinamentos para que os homens colaborassem com a construção do Reino de Deus.
Por isso, muito mais que representar o nascimento do menino Jesus, os 19 quadros que compõem o roteiro artístico da Cantata Natalina propõem que, como filhos, reflitamos sobre a convivência no seio familiar e sobre a abertura aos conselhos da experiência e, como seres sociais, enxerguemos uns aos outros com o olhar carinhoso de uma mãe.
Desse modo, o evento evangelizador fomenta a solidariedade, a fraternidade e a tolerância. Afinal, como explicou a Superiora da Província da Santa Cruz da Congregação de Nossa Senhora, Irmã Araci Ludwig, durante o protocolo de abertura do espetáculo – apresentado pelas mães Cinara Machado e Silvia Brugnera. “A ternura é um convite para que todos nós possamos viver e possamos cantar a alegria de sermos acolhedores e humanos”, afirmou.
Além de evidenciar o verdadeiro sentido do Natal – motivação que, segundo o Prefeito Municipal, Luciano Azevedo, ocasiona o encontro de milhares de espectadores – a profusão artística característica do evento enaltece a graça que o nascimento do Cristo representa. Para isso, anjos festejam, fogos de artifício resplandecem e sinos badalam.
A alegria, que convive com o louvor e com a gratidão pelo fato de que o verbo de Deus se fez carne, tem seu ápice quando outro dos símbolos natalinos, o Papai Noel, entra em cena. Ao som de um festivo Medley de canções típicas à comemoração, eles acenam e distribuem balas aos espectadores, enquanto neve artificial cai sobre eles, acumulando-se nos ombros e dos fios de cabelo.
É com esse sentimento que a Cantata se despede temporariamente, pois, na próxima semana, será apresentada em Carazinho. O reencontro com os passo-fundenses, porém, já tem data marcada. Será em 02 de dezembro.
Divulgação / Notre Dame
