Segundo um levantamento da Serasa Experian, o número de consumidores que estão inadimplentes no Brasil chegou a 61 milhões em outubro desse ano, o que representa 4,45% a mais do que no mesmo mês em 2016. De acordo com o Executivo da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Carazinho (CDL), Vanderlei Conte, nos 10 primeiros meses de 2016 o número de consumidores inadimplentes era maior do que em 2017. “Se for comparar com o ano passado, teve um aumento de 7,79% no mesmo período de 2016. É um número que vem aumentando, porém, se comparar, ainda é inferior a todo o ano passado”, explicou Conte.
O Executivo salienta que a tendência com a aproximação do final do ano e da época natalina e o ingresso da parcela do 13º, faça com que as pessoas usem o recurso para quitar algumas dívidas. “Essa é uma tendência natural, o 13º ajuda na recuperação de crédito. Em novembro as pessoas pensam em comprar e em dezembro quem tem condições, tira seu nome do SPC”, frisou Conte.
Esse também é o momento que as lojas aproveitam para renegociar dívidas e apresentar novas possibilidades ao consumidor, para que possa seguir adquirindo bens. Segundo Comte, também é do interesse dos lojistas que o cliente esteja bem, pois não é vantagem tê-lo inadimplente. “Por isso as lojas facilitam, isentando de multas, para ter esse consumidor de volta, efetuar suas compras e ser um consumidor ativo. No momento que realmente se vê a possibilidade de quitar a dívida, o lojista facilita”, comentou.
Comércio
Para a gerente da Loja Pompeia, Cristiane de Macedo, a negociação é constante com os clientes, porém, o 13º é sim uma oportunidade a mais. “A gente está sempre buscando alternativas para os nossos clientes, que estão conosco sempre, até porque a gente não sabe o que se passa na vida da pessoa, então, buscamos sempre facilitar”, avaliou a gerente, que também afirma que as expectativas são boas para as compras de Natal. “Acho que mesmo com a situação financeira atual, as pessoas não deixam de presentear”, complementou.
Segundo a gerente da Loja Benoit, Cleonice Onofre, o 13º não costuma ajudar o cliente a comprar, mas sim antecipar parcelas e refinanciar. “Esse cliente vem, paga o que deve com o décimo, ou refinancia, e compra novamente para pagar só em fevereiro. Então, o 13º do nosso cliente é para sanar essas contas e a gente aproveita para ajudar o cliente, oferecendo opções sem juros”, contou a gerente. Em relação ao Natal, Cleonice afirma já ver uma movimentação maior das pessoas pesquisando preços e o que mais sai na loja são máquinas de lavar roupas, refrigeradores, cozinhas. “Esse é o momento das vendas desses produtos maiores, de maior valor, e já estamos sentindo bastante essa procura”, disse.
Diário da Manhã
