Secretário municipal rebate denúncia e pede nomes dos servidores

Denúncias apresentadas pela vereadora Luirce Paz alegam descumprimento de carga horária de trabalho por parte de funcionários públicos.

Durante sessão ordinária na Câmara Municipal, a vereadora Luirce Paz (PR) apresentou na noite de segunda-feira (16) uma denúncia de irregularidades por parte de dois funcionários da Prefeitura Municipal de Cruz Alta. De acordo com a parlamentar, os servidores não estão cumprindo sua carga horária de trabalho, estabelecida em contrato. “Estou fazendo um trabalho de fiscalização, e começamos pela secretaria de Desenvolvimento Rural, onde encontramos irregularidades”, destaca a vereadora.

Já o secretário de Desenvolvimento Rural, Claudir Kniphoff, afirma que a vereadora não fez uma denúncia formal junto à secretaria. “Esperamos que ela nos diga nomes. E se ela quiser nos procurar, acho mais ético. Antes de fazermos qualquer denúncia, temos que procurar os órgãos competentes. Não gerimos apenas o Canil. Comigo ela não conversou. Se ela tivesse conversado talvez teria visto onde os profissionais realmente estão lotados ou alocados na secretaria. Queremos fazer esses esclarecimentos, mas não tem como dar exata precisão de cada funcionário sem saber o nome deles”, argumenta o secretário.

Denúncias
A primeira denúncia de Luirce se refere à funcionária do Canil Municipal, que ocupa um cargo de confiança no Poder Executivo. “Ela tem apresentado atestados e temos provas testemunhais de que ela trabalha em outro estabelecimento. Para trabalhar no Canil ela está doente, mas para outro estabelecimento pode? Alguma coisa está errada”, diz a parlamentar.

Luirce Paz defende a causa dos animais e considera que para trabalhar no Canil, os funcionários precisam gostar dos bichos, pois o trabalho exige muitas tarefas e cuidados, como limpeza de pátio, higiene dos animais, cuidar dos bichos doentes, entre outros.

O secretário Kniphoff afirma que para averiguar a situação é preciso que a vereadora revele os nomes dos supostos funcionários. “Vários deles apresentam atestado, sem ela citar nomes, fica difícil sabermos quem é. Não é meu papel questionar um atestado médico, até porque não é minha área. Preciso saber, através da vereadora, o nome da pessoa, para que possamos averiguar. E a questão do atestado, quem deve ser questionado é o médico, não o secretário”, aponta.

A outra denúncia de Luirce refere-se a um veterinário que deveria cumprir 40 horas semanais de trabalho na Secretaria de Agricultura. Entretanto, segundo a parlamentar, o veterinário cumpre apenas 20 horas, mas recebe pelas 40. “Temos provas de que nas outras 20 horas ele está em outros estabelecimentos particulares. Ele até pode alegar que trabalha 20 horas e as outras 20 fica de plantão. Mas está errado, pois, a carga horária normal de trabalho dele é 40 horas, e o plantão é hora extra”, explica.

Kniphoff esclarece que os veterinários não são de uso exclusivo do Canil Municipal. “Nós temos hoje funcionários que trabalham 40 horas, mas nenhum deles possui exclusividade de 40 horas com o canil. Por exemplo, tem um veterinário que trabalha 20 horas no canil e 20 horas na secretaria. Assim como temos outros que trabalham 20 horas no canil e 20 horas como plantonista, e o plantonista não recebe horas extras”, expõe o secretário.

“Quem sofre são os bichos”
Atualmente, o Canil Municipal abriga cerca de 200 animais. Em algumas ocasiões, ONGs pagam veterinários particulares para garantir o atendimento. “Alguma atitude deve ser tomada, porque quem sofre com tudo isso são os bichos. Se o profissional recebe pelas 40 horas, deve cumpri-las integralmente, de manhã e à tarde”, afirma a vereadora.

Em contrapartida, Claudir Kniphoff comenta que o Canil não é um centro clínico, já que tem a finalidade de ser uma casa de passagem de cachorros. “Algumas coisas conseguimos fazer lá, outras não. Muitas vezes os profissionais plantonistas levam os animais para serem atendidos em suas clínicas ou em clínicas de colegas. Em algumas situações até usam medicamentos com recursos particulares”, comenta o secretário.

A vereadora esclarece que a denúncia formal foi levada ao Secretário de Administração, que não estava ciente do acontecido. “Queremos uma explicação do secretário de agricultura, pois sabemos que o prefeito, que é o nosso gestor maior, não sabia desta situação. Entretanto, ele confia no secretário. Queremos uma explicação do mesmo e vamos levar isso ao prefeito. Pedimos uma atitude do secretário, pois ele deve saber que um dos veterinários dele tem 40 horas e não as cumpre integralmente”, conclui Luirce Paz.

(Portal Cruzaltense)