Gastos de deputados gaúchos no Congresso aumentaram 16% em 2012

Postado em 21 janeiro 2013 07:27 por JEAcontece
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As despesas da bancada gaúcha na Câmara dos Deputados aumentaram 16% em 2012. Levantamento feito pelo Grupo RBS, com base nos dados do Portal da Transparência da Casa, mostra que, somente com aluguel de veículos, o gasto subiu de R$ 1,3 milhão para R$ 1,53 milhão, valor suficiente para comprar 61 carros populares.

Somados, os 34 titulares e suplentes que passaram pelo Congresso no ano passado consumiram R$ 10,1 milhões com a cota de exercício da atividade parlamentar, alta de R$ 1,4 milhão (16,1%) em relação a 2011, quando o custo atingiu R$ 8,7 milhões.

Individualmente, o campeão de gastos foi Darcísio Perondi (PMDB), com R$ 367,6 mil ao longo do ano, sendo R$ 113,5 mil destinados apenas para locação de veículos. O deputado explica que o aluguel auxilia suas atividades no Estado, já que utiliza o próprio carro quando está em Brasília.

– Não tenho carro no Rio Grande do Sul e acabo locando o serviço para percorrer 182 municípios em oito regiões diferentes – justifica.

No geral, a manutenção de gabinetes e escritórios no RS respondeu por um terço dos gastos. As despesas em aluguel, telefone, correspondências, assinatura de publicações, serviços de segurança, hospedagem e alimentação chegaram a R$ 3,53 milhões, salto de 10,65% em comparação a 2011, quando a soma foi de R$ 3,19 milhões.

Os gastos com passagens aéreas aumentaram 71,8%: de R$ 1,1 milhão para R$ 1,89 milhão, diferença em parte justificada pelas eleições municipais, quando os parlamentares rodaram por suas bases em busca de votos para candidatos de seus partidos. Quem mais utilizou a cota foi Paulo Ferreira (PT), com R$ 95,8 mil – ele tomou posse em março, após Pepe Vargas (PT) se licenciar para comandar o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

– Como assumi um ano e dois meses depois dos demais deputados, tive de correr atrás do prejuízo. Preciso correr mais e trabalhar mais para prestar contas aos meus eleitores – argumenta Ferreira.

Bancada apresentou 165 projetos

O balanço das atividades parlamentares em 2012 aponta que a bancada do Rio Grande do Sul fez mais de 1,3 mil discursos e apresentou 165 projetos. O campeão de propostas foi Giovani Cherini (PDT) com 26.

Os gaúchos compareceram em 80,12% das sessões. O mais assíduo foi Ronaldo Nogueira (PTB), que não esteve em apenas três das 91 sessões do ano. A lista dos ausentes tem dois líderes. Em números absolutos, José Otávio Germano (PP) teve 38 faltas, todas justificadas, nas 91 sessões (41,8% de ausências). Segundo sua assessoria, mais da metade delas foi motivada por tratamento de saúde.

Manuela D’Ávila(PC do B), que se licenciou para concorrer à prefeitura de Porto Alegre, faltou 31 (30 justificadas) das 70 sessões que poderia ter participado (44,3% de ausência). Segundo a deputada, “a maior parte das faltas ocorreu por causa de atendimento a obrigações partidárias ou licença médica.”

Curiosidade

CONSULTORIAS

As despesas da bancada em consultorias chegaram a R$ 800,4 mil. O líder de gastos foi Onyx Lorenzoni (DEM), que aplicou R$ 113 mil no serviço. Em segundo lugar neste ranking está Alexandre Roso (PSB), que gastou R$ 65 mil. Onyx explica que é auxiliado por três consultorias: uma para matérias tributárias, uma para projetos em educação e outra na estratégia de divulgação do mandato.

– É um gasto dentro da cota e essencial para o exercício das minhas atividades – diz.

COMBUSTÍVEIS

Sérgio Moraes (PTB) liderou as despesas com combustíveis. O deputado gastou R$ 54 mil, apresentados em notas mensais de R$ 4,5 mil do mesmo posto de Santa Cruz do Sul, sua base eleitoral. Sobre a escolha do posto, argumenta que a empresa oferece descontos e lhe dá 30 dias para o pagamento, mesmo prazo que a Câmara adota para o reembolso. Em relação ao valor das notas, Moraes explica que este é o teto pago pela Casa, mas que na verdade seus gastos com combustíveis são sempre mais altos:
– Pago do próprio bolso a diferença, já que visito 150 municípios periodicamente.

DIVULGAÇÃO DO MANDATO

O parlamentar que mais gastou na divulgação do mandato foi Enio Bacci (PDT): R$ 156,6 mil. O deputado investe o recurso na confecção de um boletim mensal, impresso e distribuído em suas bases eleitorais, que destaca suas ações do ano, como o trabalho na Comissão de Segurança Pública. Bacci diz que optou por fechar seus escritórios em Porto Alegre e Lajeado para redirecionar recursos:

– Economizei R$ 80 mil ao fechar os escritórios, sendo que com o boletim atinjo um maior número de eleitores.

PROJETOS

Quatro deputados não apresentaram projetos em 2012: Marco Maia (PT), Paulo Ferreira (PT), Sérgio Moraes (PTB) e Luiz Noé (PSB), que deixou a Câmara com o retorno de Beto Albuquerque. Como presidente, Maia é impedido pelo regimento de apresentar projetos. Ferreira informa que suas propostas aguardam análise de técnicos e devem ser protocoladas neste ano. Já Moraes se dedicou à tramitação de projetos antigos:

– Não adianta subir na tribuna toda hora. Meus projetos são voltados ao setor do tabaco e estão tramitando. Quem tenta fazer tudo acaba não fazendo nada.

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Postado em 21 janeiro 2013 07:27 por JEAcontece
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