Não é de hoje que o excesso de consumismo vem sendo alvo de debates. O seu incremento nas festas natalinas, principalmente no que tange às crianças, suscita preocupação sobre o quanto pode ser prejudicial ao seu desenvolvimento emocional e ao espírito de solidariedade para com o próximo.

Refletir sobre esse tema se torna importante neste período de Natal, em vista de uma tomada de atitude contra a corrente. Afinal, o sentido do Natal de Jesus está em dar presentes ou sair fazendo doações aos mais necessitados?

Muitos se esqueceram do real significado desta data e acham que presenteando toda a família, visitando um orfanato só neste período do ano estão em paz com a consciência e com a sociedade. Não! O bem precisa ser feito durante o ano todo.

Nesta data em que se celebra o nascimento de Jesus, o que vale mesmo é o momento de união com a família: rezar e agradecer por mais um ano que finda, pedir as bênçãos para o novo ano e aproveitar o prazer de se libertar do consumismo exagerado. A família é o bem que devemos priorizar, sobretudo nas relações de afeto e de compreensão. Há presente melhor do que um abraço sincero e apertado?

O Natal é o momento das crianças e dos adultos perceberem que a árvore não está enfeitada para receber presentes ao seu redor, mas ela simboliza a vida, a alegria e a esperança que Jesus trouxe à humanidade!

Para a noite de Natal nada de Peru apenas um boi e um burrico. Nada de mesa farta e vermelha basta-nos uma manjedoura e um seio pleno. Nada de centenas de pessoas gritando, basta-nos pai, mãe e as estrelas. Nada de presentes maravilhosos e caros, basta-nos o aconchego do lar. Nada de decorações americanizadas, é o bastante, um olhar, um sorriso brilhando mais forte. Nada de discursos eloqüentes é suficiente uma boa oração ou até uma brevíssima oração – Papai do Céu, seu Menino é lindo.

O Natal perde sua força quando não o vivemos na simplicidade da comunidade cristã. Participe! Partilhe com todo seu coração. Preencha vazios! Feliz Natal, sem preço!

Padre Osório Serrão – pároco