Orgânicos: Certificação Participativa gera confiança e garante mercado

Postado em 21 setembro 2016 07:46 por JEAcontece
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Produzir, consumir, integrar, confiar. Nessa relação, toda a cadeia produtiva do orgânico é beneficiada: produtor, natureza, consumidor, cultura, arte, vida, futuro.

Para fortalecer essa confiança, os próprios agricultores, que têm essa visão da agroecologia e que se dedicam a essa prática de produzir alimentos em harmonia com a natureza, estão se organizando em redes participativas, cujo propósito é a certificação da produção por parte dos próprios agricultores, técnicos e consumidores, que visitam uns aos outros e compartilham ideias e conhecimento, se ajudam. É um trabalho colaborativo.

Na atualidade, o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg) proporciona duas formas colaborativas de certificação: Organismo Participativo de Avaliação de Conformidade (Opac) e Organizações de Controle Social (OCS).

Entre Opacs e OCs, o Rio Grande do Sul tem vários grupos, com destaque para a Opac Rama, que integra 70 famílias de municípios da Região Metropolitana, em especial Porto Alegre e Viamão, reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Mapa), e a Opac Litoral Norte, que reúne seis famílias de agricultores associados à Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Itati, Terra de Areia e Três Forquilhas (Coomafit), ambas com ação direta da Emater/RS-Ascar, na prestação de orientações e Assistência Técnica e Social.

No Estado, há ainda A Rede, um núcleo da Rede Ecovida na região de Santa Rosa, “com presença marcante dos escritórios municipais da Emater”, garante Ari Uriartt, assistente técnico estadual de Agroecologia da Emater/RS-Ascar, que cita também a Ecocitros, no Vale do Caí, cooperativa duplamente certificada: pelo Instituto Brasileiro Biodinâmico (IBD), considerada uma certificação de terceira parte, para exportação de óleos essenciais, e pela Rede Ecovida de Agroecologia, para o mercado interno, que historicamente conta com a Assistência Técnica e Extensão Rural Social pública realizada pela Emater/RS-Ascar, desde sua criação, em 1998. Atualmente, a Rede Ecovida conta com 23 núcleos regionais, abrangendo cerca de 170 municípios, congrega em torno de 200 grupos de agricultores, 20 ONGs e dez cooperativas de consumidores.

Já as OCSs estão organizadas com a finalidade de garantir a comercialização direta em feiras e para os programas federais de Alimentação Escolar (Pnae) e de Aquisição de Alimentos (PAA). “Há no Estado um bom número de OCSs reconhecidas”, afirma Uriartt, ao citar as organizações de agricultores ecológicos/orgânicos sediadas em Pelotas, Lajeado, Porto Alegre e Soledade. “Hoje, mais de 50% das OCSs que estão operando passaram pelas mãos dos nossos colegas da Emater”, complementa Ari, ao citar a OCS Rio Grande Ecológico, de Rio Grande, e a EcoNorte, de São José do Norte, que abrangem os pescadores da Ilha dos Marinheiros e do Distrito Povo Novo, que comercializam na feira do Produtor do Cassino, realizada todos os sábados, no canteiro central da avenida Atlântica, próximo à antiga estação rodoviária do Cassino, e cuja produção é também entregue para a merenda escolar.

Há ainda no RS as OCs de Arroio do Meio e de Sapiranga, que mantêm visitas periódicas de avaliação de conformidade de produção orgânica, garantindo, para os agricultores e principalmente para os consumidores, alimentos com a qualidade definida pelas normativas e pelo mercado, cada vez mais exigente.

“Produzir de forma ecológica requer conhecimento, dedicação e uma visão da propriedade como um todo, provocando mudanças inclusive de hábitos cotidianos de não desperdício de água e energia elétrica, até de aproveitamento integral dos alimentos”, observa Ari, ao destacar que produzir orgânicos é uma questão de perfil e de compromisso com a qualidade de vida de todos.

Produção orgânica no Brasil

A produção orgânica é registrada em 22,5% dos municípios brasileiros e vem crescendo. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2013 havia 6.700 unidades de produção orgânica.

Hoje o número chega a 14.449 unidades. Para a organização da produção orgânica brasileira, o Ministério conta com as Comissões de Produção Orgânica (CPOR) nos estados, formadas por 578 entidades públicas e privadas, entre elas a Emater/RS-Ascar, que coordenam ações de fomento à essa agricultura, sugerindo a adequação das normas de produção e o controle da qualidade, ajudando na fiscalização e propondo políticas públicas para o desenvolvimento do setor.

Foto: Kátia Marcon
(Adriane Bertoglio Rodrigues, jornalista – Assessoria de Imprensa da Emater RS)

Postado em 21 setembro 2016 07:46 por JEAcontece
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