Um grupo de cientistas reunidos em um campus do CIAT (Centro Internacional de Agricultura Tropical), no Valle de Cauca, situado na região oeste da Colômbia, está trabalhando em um projeto com potencial de auxiliar significativamente no combate à fome mundial.

A última descoberta foi uma variedade de feijão que pode suportar o aumento de temperatura no planeta previsto para os próximos anos e ser cultivado em áreas com até 3°C de elevação na temperatura – nos cultivos agrícolas, essa diferença pode ser fatal.

A nova variedade do grão é resultado do trabalho de pesquisa dos cientistas do CIAT ao longo de dois anos. Quando o painel intergovernamental sobre mudanças climáticas divulgou números em 2013 prevendo um aumento de temperatura de 2 ° C a 5 ° C nos próximos cem anos, o CIAT começou a trabalhar simulações para mensurar o quanto um clima mais quente pode afetar a produção global de feijão. E os resultados foram aterrorizantes. Em 2050, os modelos de estudo concluíram que o aquecimento global pode reduzir a área adequada para o cultivo de grãos em até 50%.

O processo de proteção dessas culturas está sendo feito através do registro e armazenagem de genes das espécies consideradas vitais para a alimentação humana na Terra. Mais de 36 mil amostras só de feijão, por exemplo, são mantidas em armazenamento no CIAT. É a maior reserva de amostrar do planeta e representa o trabalho de uma vida inteira de Daniel Debouck, cientista que está liderando as pesquisas, cultivo e armazenamento.

O banco de genes, instalado em um antigo matadouro, fornece aos cientistas de todo o mundo um recurso efetivo na luta contra as alterações climáticas. Criado em 1967, o CIAT já possibilitou o cultivo de uma espécie de feijão em regiões áridas da África, promovendo a alimentação de cerca de 30 milhões de pessoas naquele continente.

(Olhar Digital)